Saturday, March 25, 2006

Essas coisas que ultrapassam
a elas devo minha existência

Esses gritos abafados
esses gestos tresloucados
esta falta de coerência gramatical

Esse olhar que desatina seu bom-senso
Esta lágrima solta no lugar impróprio
Esse ódio de seu jeito de ver o mundo

O vômito que faz "acalmar" o corpo
o remorso pelo crime que ainda não veio à tona
Essa mania de "deletar" o próprio erro
(pra quem "entende", descubra o que realmente "quizz" dizer)

Nesse jogo qual é o seu prêmio?
Eu virei a amoral
Ultrapasso seu bem-viver
Colhendo ramos de amor em todo canto de meu quintal.

Wednesday, March 22, 2006

Conclusão




"Os impactos de amor não são poesia
(tentaram ser: aspiração noturna)
A memória infantil e o outono pobre
vazam no verso de nossa urna diurna

Que é poesia, o belo? Não é poesia,
e o que não é poesia não tem fala
Nem o mistério em si, nem velhos nomes
poesia são: coxa, fúria, cabala.

Então, desanimamos. Adeus tudo!
A mala pronta, o corpo desprendido
resta a alegria de estar só, e mudo.

De que se formam nossos poemas? Onde?
Que sonho envenenado lhes responde
Se o poeta é um ressentido, e o mais são nuvens?"

Drummond de Andrade

Saturday, March 18, 2006

Desatino de pensar demais...
é acabar não acreditando
nas próprias invenções