Conclusão

"Os impactos de amor não são poesia
(tentaram ser: aspiração noturna)
A memória infantil e o outono pobre
vazam no verso de nossa urna diurna
Que é poesia, o belo? Não é poesia,
e o que não é poesia não tem fala
Nem o mistério em si, nem velhos nomes
poesia são: coxa, fúria, cabala.
Então, desanimamos. Adeus tudo!
A mala pronta, o corpo desprendido
resta a alegria de estar só, e mudo.
De que se formam nossos poemas? Onde?
Que sonho envenenado lhes responde
Se o poeta é um ressentido, e o mais são nuvens?"
Drummond de Andrade
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