Thursday, January 15, 2009

Compras de mês

A sede forte, a carne em brasas
um amontoado de possibilidades
Olhos se cruzam, como estrelas no céu
Pairando sobre as aparências
Nenhum interesse mais profundo
Ninguém quer emergir em outro mundo
Todos presos em seus cercados
"Venha, mas vá embora rápido!"
Não cai bem chorar em público
Vá comprar seu bocado de carne
Tempere, lambuze e descarte
Tudo termina bem se ninguém sabe
Sacie-se, não importa com que pedaço
Não é nada disso, mas serve
É o que tem, está barato...
Tá faltando poesia no mercado.
Corre criança, vem ver o sol nascer
privilégio dos insones, dos boêmios e dos matutinos...
Corre criança, vem ver as estrelas da noite
privilégio dos insones e dos boêmios...
Corre criança, vem ver a chuva que cai a tarde
privilégio dos boêmios...
Afinal de contas, que horas os boêmios vão pra cama?
Que horas se cansam de tudo e se isolam?
Que horas não existe "cachaça, samba e viola"?