
Você vem junto com a noite
Chega tão manso, morno
Pouco a pouco vai me deixando inquieta
Faz com que eu duvide do sentido do que faço
Me envolvendo num laço
Macio, até comovente
Com seu jeito de olhar doce
Quente, dizendo que já é hora
De esquecer o que deu errado
E acreditar simplesmente
Você vem de uma forma louca
Repousa, saliva em minha boca
E eu que sempre fui selvagem
Desejo, de você, ser domesticada
Ronronando em seu peito
Durmo em suave delírio de completude
Você vem de um jeito bravio
Arrastando tudo como se fosse um rio
Com tua vontade que me faz viva
Carregando sonhos de menino
Nessas mãos de homem que tanto adoro
Você vem e me acolhe em teus braços
Faz de mim, em você, mais uma parte
E me ajuda a entender que de mim eu sou um todo
Você que me enfeitiçou de tal forma
Que nunca poderia explicar
Você vem me ensinar que um dia
Saberei falar sobre o verbo amar