Saturday, January 14, 2006

Os olhos dos outros

Ao perder-me em teus olhos
entendi o quanto não sei quem sou
escrevendo metáforas aparentemente românticas
disfarço minha angústia

O defeito perfeito foi revelado
sabe-se lá por quem
e me apego a ele como se fosse o único
que traiçoeiramente me reinventou

Qual o caminho que realmente me encanta
Já não sei mais
mas sei que não é qualquer um que serve
talvez já seja um pedaço de mim

Caminhando pelas ruas
de uma cidade confusa e engraçada
Vi pessoas perguntando incessantemente
umas as outras: Quem eu sou?

Pessoas se vestindo como falaram que era adequado
Conversando o assunto apropriado
para cada situação
se anulando pelo desejo do olhar do outro

Eternas mutações sem sentido
Atos vazios, máscaras truncadas
O lugar certo, a hora certa
Um dia lhe ensinaram que é assim

Neste reinado de soberanos imaginários
encontrei a minha mais forte vontade
Percebi que não quero existir em teus olhos
quero ser alguém apesar do teu olhar...

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